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[Opinião] Os "outros" europeus 

O caso Dibrani ainda ecoa no território europeu. Em 2010, a jovem francófona e cigana de 15 anos, nascida na Itália, e sem origem Kosovar, foi detida durante uma excursão escolar na cidade de Souchaux, quando já vivia há 4 anos no país. Seguiram-se sua deportação e a de sua família - no mesmo dia - e uma enorme tempestade na política francesa.

 

Isso poderia tornar-se apenas mais um caso de deportação nacional, porém, quando pesquisa- se mais a história desta família, percebe-se que o grupo meio francês, meio kosove, também é meio mundo. Os Dibrani falam entre si italiano e a matriarca da família não é oriunda do pequeno país dos balcãs, mas sim, da Sicília.

 

O que acrescenta a divergência não apenas no discurso francês, mas em toda a Europa, são os atos cometidos contra a comunidade cigana e a descoberta de que a maior parte dessa família, que é pautada como Kosovar na mídia, não nasceu e nunca viveu no Kosovo; nasceram na União Européia, recorrendo de toda forma continuar, e tem apenas 50% de sangue kosovar.

 

Não é a primeira vez que as deportações de imigrantes ilegais ocorrem na França, porém, o caso de Leonarda desperta comoção. A adolescente não estava, afinal, vagando pelas ruas; sua retirada se deu diante dos olhos dos colegas e da professora.

 

Enfim, o caso Dibroni é uma boa oportunidade para que políticos e cidadãos franceses acusadores de ciganos por crises e malefícios vejam que esse povo se tornou andarilho por um feitio de destino e que só não são nos lugares que ao invés de ódio, recebem a mão estendida. A imagem de xenofobia associada aos franceses está novamente em jogo.

 

 

BY LUCAS BERNARDO REIS

STRASBOURG Fri Sep 26, 2014

photo: Leonarda Dibrani (à esquerda) e sua família. // Reuters filles

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